segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O Medo e a Coragem



Dom Pedro José Conti - Bispo de Macapá

andar aguas coragemA Coragem estava fugindo, perseguida pelo Medo. Buscou refúgio para passar a noite. Bateu à porta da Covardia, porém ela não a abriu, com a desculpa de que não a conhecia. Bateu à porta da Mentira, mas esta mandou dizer que não estava em casa e não a abriu. Enfim, bateu à porta da Preguiça. Ela também não a abriu, porque, respondeu, já estava deitada. Então a Coragem tomou coragem, mesmo, e foi bater à porta da Vontade. Esta abriu-lhe a porta e a convidou a entrar. De manhã cedo, quando a Coragem e a Vontade saíram juntas, o Medo, vendo as duas unidas, desapareceu.

Esta parábola nos ajuda a perceber como podem funcionar as nossas decisões quando são tomadas numa situação de medo, de incerteza e de dúvida. Lembramos, também, que muitas vezes o medo é enganador e se disfarça de prudência, de bom senso, de espera. São muitas as desculpas que inventamos para não admitir a nós mesmos que estamos com medo. É compreensível. Certas decisões são proteladas e nunca chegamos a uma conclusão. Outras devem ser mais estudadas, pensadas, e assim por diante.

Coragem não é para todos, mas poderia sê-lo quando se junta com a determinação, o empenho e a boa vontade de conseguir o que queremos. Penso, neste momento, em tantas pessoas que se esforçam para melhorar as condições de vida das suas famílias, tantos pais que lutam para dar uma casa e melhores condições de vida aos seus filhos, tantos jovens que pagam, com o seu próprio trabalho, os seus estudos e conseguem alcançar uma formatura. Tudo isso pode ser motivado também pela ambição, sem dúvida, mas reconheçamos que admiramos as pessoas que perseveram com coragem, paciência e confiança, até alcançar os seus objetivos.

Mais coragem, ainda, precisamos quando o objetivo não é totalmente nosso e, talvez, nós, no final, não tenhamos nenhuma vantagem ou até prejuízo cumprindo aquele gesto ou aquela ação. Quero falar daquelas pessoas que assumem corajosamente os sofrimentos dos outros, lutam para o bem dos irmãos, às vezes conhecidos, às vezes não. Por isso, admiramos, mais ainda, aqueles e aquelas que se esforçam, e, às vezes, se sacrificam mesmo, para salvar a vida de outros. Diante de tanta coragem, sentimo-nos orgulhosos por fazer parte desta humanidade, hora cruel, insensível e egoísta, mas, em outra hora, destemida, altruísta, capaz ainda de gestos heróicos.

Jesus também nos quer corajosos. Não porque conseguimos caminhar por cima das águas ou fazemos algo de maravilhoso e inesperado, mas simplesmente porque o que parece impossível, confiando nEle, acontece, e podemos vencer os medos da nossa condição humana. Ter medo, não é vergonhoso em si, é simplesmente humano. Tudo o que não conhecemos, o imprevisível, ou o que, imaginamos, nos trará sofrimento, críticas ou dificuldades, nos dá medo.

O que não podemos ter é medo de Deus ou ter medo de segurar na mão dEle e nos deixar guiar por novos caminhos. A fé começa a vencer o medo, quando temos a humildade e, ao mesmo tempo, a força de pedir como Pedro: “Senhor, salva-me!”. A fé nos pede para arriscar na palavra de outros, confiando no testemunho, na perseverança e coragem deles. É a fé da Igreja, da comunidade que segue Jesus. Não estamos sozinhos nesta caminhada.

No entanto, nada e ninguém pode substituir a nossa decisão de crer e de deixar as seguranças do comodismo – o barco, na página do Evangelho – para confiar mais e pessoalmente no Senhor Jesus. Com efeito, a fé tem sempre algo de novo para cada um de nós. Algo que pede coragem, mesmo. Pode ser uma resposta vocacional mais radical, a saída de uma situação errada, a disposição de assumir, também, novas responsabilidades na família, na sociedade, na Igreja.

A fé verdadeira nos incomoda, deixa-nos inquietos até tomarmos uma decisão mais firme e corajosa. Decisão que, com certeza, é sempre também um dom do próprio Jesus que não nos quer discípulos covardes e acomodados, mas cristãos corajosos, capazes de abrir novos caminhos. Essa é a Igreja missionária, tão sonhada pelo Papa Francisco, uma Igreja “em saída”, ferida e enlameada, mas viva. Sem medo de evangelizar.

Fonte e imagem: Shalom

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ser guerreiro no chamado


Inaldo Alexandre - Fundador e Moderador Geral CDMD. 

O meu chamado me fez trilhar por caminhos de graças e diversos desafios. Para chegar a este Jubileu, não poderia ser diferente! Sabemos que uma vocação pede muito de nós, a ponto de deixarmos pai, mãe, filhos, casa – tudo – por causa de Jesus; a ponto de dizer: se for necessário, por tua obra, segundo Sua vontade, dou a minha vida conforme Sua escolha. Porque quando deixamos tudo, nossa alma está disponível para Jesus Cristo.

É por isso que damos a vida. É para ofertá-la! Não podemos traduzir Deus como um sentimento, Ele é uma pessoa. Compreendemos isso na pessoa de Jesus Cristo por quem doamos nossa vida. A pessoa de Inaldo foi dada a Deus! Porque digo assim? Porque fui resgatado pelo Seu amor e renovo este Amor, me doando, como tantas vezes cantamos no ofertório: “(...)quantas vidas eu tiver eu te darei”.

Meus irmãos, testemunho que dentro dos desafios para a chegada do 25º aniversário da Comunidade Doce Mãe de Deus, trilhei caminhos de súplicas e ações de graças. Em janeiro desse ano, senti alguns sintomas que atingiam meu corpo, minha saúde. Logo desconfiei da taxa de glicose, que na penúltima vez avaliada, entrava em alerta por apresentar uma taxa de 135. Fiz uma dieta, totalmente dentro da minha vontade, achando que estava correto, mas não foi bem assim. Refazendo exames – como gosto muito de brincar e diz um amigo – minhas taxas estavam mais altas que as de banco, a glicose estava em 364, quem compreende sabe o que estou falando – minha casa já estava com a diabetes hospedada.

Disse a mim mesmo: meu Deus o que vou ofertar a Ti? Uma vida doente não é tão agradável assim! O que vou fazer para receber meus amigos, irmãos de comunidade para celebrar o Jubileu? Dizendo que estou na dependência de um medicamento? Será que o Senhor não poderia me dá uma força? Assim rezei a Deus e fui fazer a minha parte pelo dom da vida: por via da dieta, a reeducação alimentar, o exercício, o medicamento. Tudo em benefício da minha saúde. Precisamos ser atentos no servir com a saúde do corpo e da alma.

Nesse processo fui acompanhado por pessoas a quem sou imensamente grato, porque na vida nunca consegui nada sozinho. Antes a bondade divina e ajuda dos irmãos. Começo por minha esposa, por Iara Alexandre e minhas filhas, a força que tive em minha casa foi essencial, também a Isabelle e Telêmaco Santiago, Faiçal e Andréia Timani – Consagrados de aliança - por terem feito parte direta do dia a dia desse caminho. Mas também, posso olhar para a vida comunitária Doce Mãe de Deus, e na vida de tantos irmãos, a pessoa do Alfredo Carneiro – que junto a sua esposa são discípulos de aliança – e como Personal Trainer, cedeu sua academia e profissionais que acompanham meus exercícios, dando-me força e coragem renovada a cada dia. E a nutricionista, Dra. Aurineide G. C. de Oliveira, pelo incentivo - uma mulher admirável, cheia de vida e despojada na medicina - com quem aprendi que só permanece doente quem quiser.

Então, seguindo as orientações e com a força do amor de Deus, pude caminhar. Hoje testemunho que há 4 anos passados tive que me submeter a uma cirurgia, na qual fui tirar uma hérnia de disco e terminei retirando 3. Pesava 101 quilos, o que já na época não era positivo e aumentava em proporção. Diante desse quadro, no final de dezembro passado você me via assim - como demonstra a foto - um gordinho bonito, elegante, por ser um dom contente e feliz.  Porém, em janeiro de 2014, com esse alerta (a taxa de glicose em 364), após ser submetido a esse processo, para glória de Deus, chegando à julho, minha taxa de glicose está 82. Hoje, me encontro totalmente natural, sem medicamentos, muito feliz e pronto para mais uma vez dar a minha vida a Deus e dizer: “Toma Senhor! Minha vida é sua. Sempre estou disposto de um jeito ou de outro, enfermo ou não, a dizer – sou guerreiro na minha entrega, guerreiro na minha oferta. Quero a pertença a qualquer custo, mesmo que venha a custar minha própria vida – eu estou aqui!”

Estando há poucos dias do nosso Jubileu de Prata, quero receber você dando um abraço com essa disponibilidade. Sorrir em sua chegada e dizer: “Meu irmão, eu me preparei para te receber na saúde do espírito, na graça feliz que nos une. Deus te trouxe aqui para comemorar comigo esse Jubileu, que hoje, me dá a alegria de vestir o primeiro terno – o blazer – que não tive o prazer de vestir nos primórdios da vida comunitária pelas lutas aguerridas daquele tempo. Quero dizer toda gratidão pelo carisma Doce Mãe de Deus e abraçar a cada um, cada uma, no sentimento feliz do meu muito obrigado por partilhar esse momento de tantas vitórias! E saiba, que abraçando a ti, é como se estivesse agradecendo ao meu Deus por tudo, todo amor, todo carinho... De um irmão menor que está sempre a postos para recomeçar!”

Um abraço de gratidão por nosso Jubileu, um abraço muito feliz!


Fonte: Comunidade Doce Mãe de Deus

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O milagre em Caná e em nosso matrimônio



A presença de Jesus em Caná manifesta o projeto salvífico de Deus a respeito do matrimônio. O casamento foi instituído por Deus lá no início de tudo, em Gênesis. E o início do ministério terreno de Jesus foi marcado por seu primeiro milagre realizado em Caná da Galiléia, ressaltando a importância do casamento aos olhos de Deus. É maravilhoso constatar que Jesus começou sua pregação não no deserto como os profetas, mas num casamento, numa família. Mostrando para nós o quanto ele valoriza o casamento e como Ele dá um sentido novo a essa sagrada união!

No centro da cena de Caná está Jesus Cristo. Ele é o convidado das núpcias de Caná e deve ser também o convidado de todo o casamento cristão. Convidar Jesus para o nosso casamento é trazer o Evangelho para dentro de nossa casa e fazer o que Ele nos manda. Fazer o que Jesus manda é o caminho para a solução de todos os problemas que a vida costuma nos trazer. Ele ordena com autoridade divina. Fazer o que Ele manda é a garantia da subsistência do nosso lar. Ele quer estar presente desde o início. Ele vem ao encontro dos esposos.

Houve restauração em Caná, nos mostrando que pode ocorrer também em qualquer matrimônio. Quando Jesus realiza o milagre transforma água em vinho, tristeza em alegria, fracasso em triunfo. Ele pode e quer fazer isso em todos os casamentos. O amor dos dois esposos, no dia das núpcias, entra no mistério do amor de Jesus. O vinho novo , de qualidade , é a expressão do amor novo que leva e eleva à perfeição o amor humano dos esposos. Aquele Jesus que iluminou com sua presença as bodas de Caná pode ensinar aos esposos cristãos também de hoje a beber um vinho ainda melhor.

No casamento deve-se começar pelo vinho melhor e esse deve ser servido durante toda a vida do casal. Com Jesus presente em nosso matrimônio nós poderemos servir o vinho bom do inicio ao fim. Nós poderemos provar dele em primeiro lugar. Depois, nossos filhos. E em seguida nossos amigos e a nossa comunidade. Em cada matrimônio que Jesus estiver presente acontecerão milagres da água se transformando em vinho. Pela presença atuante de Cristo, a união no plano humano toma um sentido novo e passa a ser um sinal de Deus. Sinal sacramental, que deve ser visível e palpável, especialmente para as novas gerações, para que elas saibam que o amor existe e que faz as pessoas felizes.

A presença de Jesus traz a esperança de que amanhã será melhor. A presença de Jesus possibilita aos esposos vencerem a rotina difícil e a força destruidora do tempo. A presença de Jesus santifica os menores acontecimentos. O amor vinculado a Deus torna-se indestrutível.

Todos os matrimônios podem se tornar sinal de Deus para o mundo. Os matrimônios que passam por dificuldades podem mudar com a ajuda de Cristo. Enchendo as talhas, isto é, fazendo a nossa parte no milagre do amor, Jesus realiza a transformação. As talhas vazias falam do esvaziamento de si mesmo, falam sobretudo da falta de amor e entusiasmo. É preciso ter o cuidado de enchê-las de novo. É preciso abrir o coração. É preciso confiar em Jesus e fazer a nossa parte. Temos que nos empenhar para fazer a nossa parte para que ”o milagre” ocorra em nossa vida matrimonial. Depois precisamos aprender a ter paciência para esperar com fé os frutos de nossa mudança e empenho. Com fé é possível mudar tudo, pois a fé remove montanhas.

O milagre do casamento se dá sempre na intimidade do casal. Olhar com bons olhos sempre realizou milagres e transformações. A felicidade a dois se constrói nas coisas pequenas e simples do dia a dia. É preciso descobrir o lado gostoso da vida, encontrar o belo, o bom e o verdadeiro, no cotidiano.

Numa vida de amor que cresce deve haver diálogo, compreensão, carinho, paciência e doação. Essas atitudes certamente realizarão milagres na vida do casal. Isso é amar. O amor humano deve crescer. Para crescer deve ser cultivado. Se fizermos crescer o nosso amor matrimonial, ele cresce pelo dom de si. O dom de si deve ser total. Só assim se entende o amor conjugal.

Num tal grau de amor, o ser amado é verdadeiramente insubstituível: dado por Deus, ele é único com Deus; um mistério inesgotável habita nele.

Deus santificou misteriosamente a união conjugal, desde o princípio, a fim de prefigurar, no vínculo nupcial, o mistério de Cristo e da Igreja. Para revelar seu plano de amor, Deus une a mulher ao marido e dá a esta união, estabelecida desde o início, a única benção que não foi abolida nem pelo castigo do pecado original nem pela condenação do dilúvio. Deus quis cobrir de bênçãos a união do homem com a mulher.

Nós, casais, temos uma grande intercessora que deseja insistentemente que nosso matrimônio dê certo e seja fonte de luz para os outros casais. O nome dela é Maria. Ela é a nossa maior intercessora. Maria é aquela que vai a Jesus e lhe faz uma confidência: “Eles não têm mais vinho”, ou seja, é Ela que vai a Jesus e diz: “Eles estão em apuros, o amor está acabando, eles estão com problemas, o casamento deles precisa de ajuda.” Maria é um caminho para chegar a Jesus. A presença de Maria e Jesus, no matrimônio é uma graça eterna! Maria pede para Jesus fazer algo pelo casal de Caná e mesmo não tendo chegado ainda a hora do início do seu ministério, Ele obedece. Podemos ver aqui a importância da presença de Maria Santíssima nas nossas famílias, nos nossos lares e nos nossos matrimônios. Maria quer vir em nosso socorro. Ela nos observa atentamente dentro da nossa intimidade. Ela se preocupa com cada família, Ela não quer que falte o vinho do amor nos nossos lares. Ela não deixa que a festa do nosso matrimônio acabe. Ela sempre intercede por nossos matrimônios.

A verdade é que o milagre de Caná se realiza e se perpetua na vida de todos os cônjuges que se amam. O milagre se realiza todos os dias na vida dos casais. A transformação é contínua e sempre para melhor. O casamento será incessantemente uma festa perene para o casal que convida Jesus e Maria para o seu lar. A água é transformada em vinho todos os dias e o amor jamais acabará para aqueles que em Cristo acreditar.

É preciso redescobrir o casamento como fonte de santificação. Peçamos a Deus para que todas as famílias sejam pequenas igrejas domésticas de onde se irradie o reino de Deus, que é o reino da verdade, da vida, da santidade, da graça, da justiça, da paz e do amor.


Imagem Google

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O Tamanho da corrupção no Brasil



Prof. Felipe Aquino

Estamos no período eleitoral e todos sabemos o quanto o nosso voto é  importante para melhorar o país. Não podemos brincar de votar, de anular o voto, de votar só para cumprir a obrigatoriedade que a lei impõe. Não! Votar é exercer o direito e o dever de cidadania. É uma grande responsabilidade de cada um, especialmente de nós cristãos.

Muitos são os problemas hoje do nosso querido Brasil: transportes ineficientes, inflação crescente e ameaçadora, falta de boa educação, falta de moradia para o povo, segurança precária, falta de hospitais, médicos, bom atendimento, falta de saneamento básico em muitos lugares, falta de infraestrutura em estradas, portos e aeroportos;  e, sobretudo, corrupção, que sangra os cofres da Nação.
Para se ter conhecimento de quanto a corrupção faz sangrar o país, publico abaixo alguns dados sobre ela, publicados em uma revista de circulação nacional. É de chorar de tristeza quando se sabe que esse dinheiro imenso, ‘roubado’, poderia estar pagando a saúde, a vida, o transporte, a educação e a segurança de muitos carentes desses recursos. Faltam investimentos para o país crescer e se desenvolver, sem o que o nosso PIB nunca poderá ser pequeno. “Apenas 8,6% do aumento da arrecadação de impostos, entre 1995 e 2010, retornaram à sociedade na forma de investimentos públicos promovidos pela administração federal direta, sem computar as estatais”.

São muitos os motivos para se indignar com esta situação atual do Brasil. Diz a revista que:
“São 720 bilhões de reais roubados nos últimos 10 anos”.  19% na área municipal;  30% estadual; 51% federal. Foram “85 bilhões de reais roubados pelos corruptos brasileiros no ano passado. Com esse dinheiro seria possível:
1 – erradicar a miséria;
2 – custear 17 milhões de sessões de quimioterapia;
3 – custear 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais;
4 – construir 241 km de metrô;
5 – construir 36.000 km de rodovias;
6 – construir 1,5 milhões de casas;
7 – reduzir 1, 2% na taxa de juros;
8 – dar a cada brasileiro um prêmio de 443 reais;
9 – custear 2 milhões de bolsas de mestrado;
10 – comprar 18 milhões de bolsas de luxo (Iguais aquelas que os corruptos presenteiam suas mulheres e amantes)”.

Os ministérios campeões em irregularidades:  Saúde – 2,2 bilhões ; Integração Nacional – 1,1 bilhão ; Educação – 700 milhões ; Fazenda – 617 milhões;  Trabalho e Emprego – 475 milhões; Planejamento – 440 milhões; Meio Ambiente – 260 milhões; Cultura – 184 milhões; Ciência e Tecnologia – 130 milhões; Previdência – 120 milhões
(Fonte de todos os dados citados acima:  Revista VEJA – n. 44, ed. 2240 – n. 43 , 26/10/2011, pg. 76).
Sabemos que toda essa mazela só poderá ser eliminada quando o povo, consciente, educado, participativo, fizer valer a sua voz e o seu poder que se manifesta, sobretudo nas eleições. Aos poucos isso vai acontecer; cabe a cada um acordar seu amigo, seu pai, sua mãe, seu irmão, se colega de trabalho…


Fonte: Editora Cléofas

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Intolerância e fanatismo



Padre Zezinho
Em terra de fanatismo a mil, a tolerância é zero. Na maioria dos casos a razão não funciona. Como suas verdades são absolutas, qualquer outra verdade que não seja aquela é vista como mentirosa. Foi o que se depreendeu de notícia de fins de agosto acontecida no Paquistão. Não é que o Paquistão seja terra de muçulmanos fanáticos. Não ofendamos os serenos. Mas, quando grupos extremistas religiosos não são contidos um país se torna inviável.
Uma menina de onze anos, filha de cristãos, que lá não somam 3%, rasgou dez folhas do Corão. Acontece que a menina sofre de síndrome de Down. Mesmo que não sofresse seria inimputável. No caso dela, mais ainda! Nem seus pais podem responder por todos os atos dela. A menina e os pais estão sob a proteção do Estado que apoiado por comunidades muçulmanas sérias, entendem que ela não pode ser punida, uma vez que a doença a faz inimputável.

Mas aí entram os radicais. Não podem e não sabem ceder. Rasgou o Corão, não importa quem seja e com que intenção e em que situação de saúde mental, deve ser punida porque o Corão é intocável! Nem Maomé a condenaria. As suras que tratam do perdão e da compaixão, da mesma forma que o Antigo Testamento dos judeus e mais de cem versículos da Bíblia dos cristãos deixam claro que os inocentes e os incapazes devem ser perdoados. Se aos culpados que se arrependem deve-se perdão, mais ainda aos inocentes e aos de mente enferma.
Segundo as noticias de jornal há um grupo que jurou vingança e punição contra a menina enferma. A ser verdade, estão mais enfermos do que ela. Quem deveria ser punido são eles. Mas, quando a fé vai a estertores é porque abandonou a razão. E quem crê sem o uso da razão, perdeu a razão de se afirmar crente.

Tempos atrás, vi na televisão um pregador responder a uma fiel que, tendo ou não um doente na família, não poderia se eximir de pagar o dízimo para a igreja, porque o Governo não isenta de imposto a família que tem um enfermo em casa… Errou três vezes com sua intolerância zero. Primeiro, porque o Governo contempla inúmeras isenções para quem tem enfermos em casa e se mostra mais misericordioso que aquela igreja. Segundo, porque mesmo que o Governo fosse implacável na cobrança de imposto uma igreja não pode ser implacável na cobrança do dízimo. Terceiro, porque é da essência da fé cristã a compaixão para com o pobre e os “go-el”, os sem recurso algum. Em Marcos 12,40 há uma condenação severa contra tal comportamento. Pelas leis do Brasil eles seriam os punidos.
Pe. Zezinho scj
Fonte: Site do Padre Zezinho
Imagem Google

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A Igreja é uma família, explica padre Joãozinho



Pe. Joãozinho, scj

Sabemos que a família é o “santuário da vida”, como gostava de dizer o nosso saudoso São João Paulo II. Significa que cada lar é um verdadeiro templo. Os pais são os sacerdotes da casa; assumiram, no dia do casamento, o compromisso de “educar os filhos na fé cristã”. Por isso, é em casa que se deve receber as primeiras lições de catequese.

É bonito ver famílias em que a fé é vivida em torno da mesa, por meio da oração. Já se disse que a família que reza unida, permanece unida. Os pais recebem a autoridade para abençoar seus filhos. Antigamente era comum que os filhos pedissem a bênção a seus pais. Hoje, precisamos recuperar essas coisas simples, mas muito importantes. A família é uma Igreja, e o contrário também é verdade: a Igreja é uma família. Ao menos deveria ser.

A Igreja não é uma empresa nem uma sociedade civil. Não é um clube, mas uma família de irmãos. Se os pais são sacerdotes do lar, o padre é pai do povo na paróquia. É casado com a comunidade.

Ao entrar em uma Igreja,  devemos ter a mesma sensação de um filho que entra na casa dos pais. Não podemos ser como estranhos na comunidade. A Igreja é a nossa casa. Aliás, somos parte desse corpo, que é o “corpo místico de Cristo”.
O Papa Francisco gosta de falar da “Igreja em saída”, ou seja, de portas abertas. É um lugar de acolhida para quem chega, mas também um pondo de partida onde encontramos forças para sair em missão.

Quando vivemos essas duas dimensões: família-Igreja e Igreja-família, somos verdadeiramente católicos, ou seja, gente que tem o Cristo todo para anunciá-Lo a todos.

Somos “evangélicos”, pois vivemos e testemunhamos o Evangelho. Somos “crentes”, porque vivemos a nossa fé na vida. Somos da “assembleia de Deus”, reunida na Eucaristia. Somos “protestantes”, quando denunciamos toda forma de injustiça. Somos a Igreja do pão e da graça. Somos uma comunidade verdadeiramente mundial e universal. E, além disso, temos Maria como Mãe. Não somos órfãos. Por isso, “sou feliz por ser católico”!

Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Acenda uma luz




AMIGO É UM TESOURO

Dom Itamar Vian - Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana-Bahia

Nos últimos anos surgiram datas alusivas aos mais diferentes acontecimentos e formas de relacionamento humano. Além de festas religiosas, temos festas sociais. E hoje são tantos os dias de Jestejar alguma coisa que muitos passam até despercebidos. Entre eles está o Dia do Amigo, 20 de julho.

VOCÊ tem muitos amigos? Quais são seus verdadeiros amigos e amigas? A amizade surge na vida da gente em momentos até inesperados: numa viagem, num comércio, numa fila de hospital ou num momento de dor, de acidente, de morte ou de grande necessidade.

A AMIZADE exige certa forma de igualdade, de maturidade e de reciprocidade. A amizade se baseia na confiança mútua; faz os amigos se abrirem um ao outro, comunicando seus mais íntimos pensamentos. Os amigos não têm segredos um para o outro. Eles partilham dores e alegrias. Eles se entendem, se aceitam como são. Os amigos se inspiram e se estimulam mutuamente a crescerem.

RESGATAR o sentido da amizade é um dos grandes desafios da vida humana. A amizade, hoje, volta a ser a aspiração mais forte do coração humano. Certamente, o dom da amizade é o mais necessário para que se crie uma nova humanidade. Ter um amigo – seja para estudar, brincar, conversar, cantar ou chorar – é ter a certeza de que temos alguém ao nosso lado, sem interesses. É ter uma pessoa compreensível e verdadeira. Dividir com os amigos as alegrias e tristezas é a prova maior de que a amizade é sincera.

O LIVRO do Eclesiástico apresenta o amigo como um presente de Deus: “O amigo fiel é proteção poderosa, e quem o encontrar terá encontrado um tesouro. Amigo fiel não tem preço, e seu valor é incalculável. Amigo fiel é remédio que cura e os que temem o Senhor o encontrarão. Quem teme o Senhor tem amigos verdadeiros, pois tal e qual ele é, assim será o seu amigo” (6, 14-17).

JESUS nos chama de amigos: “Não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi do Pai” (Jo 15,15). Jesus estabelece uma nova relação com seus discípulos. Não uma relação de submissão, de executar ordens, mas de amigos, de irmãos. Ter um amigo é jamais sentir-se só. É ter um tesouro. Jesus é nosso amigo!


Fonte: Fé Católica